(Priorado de sião) Mitologia

    De acordo com Pierre Plantard, o principal fundador do Priorado de Sião, esta sociedade teria contado entre os seus membros um grande número de personagens da história parcialmente ligadas ao ocultismo, às artes e às ciências. Dentre estes possíveis membros estão Nicolas Flamel, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Claude Debussy, Botticelli, Victor Hugo, Charles Nodier, Jean Cocteau e outros.
   Segundo Plantard, o Priorado era a organização que influenciara de forma oculta outras sociedades como a Ordem dos Templários, a Ordem de Rosacruz e até mesmo os Maçons. De acordo com Lincoln, Baigent e Leigh, o Santo Graal seria o "sangue real" de Cristo (os autores sugerem como hipótese que a expressão "Saint Graal" seja lida como "sang real"), ou seja, a linhagem dos seus hipotéticos descendentes.
     É frequente ver-se referida a obra de Thomas Malory (1405-1471),[7] como uma prova de que certos autores medievais teriam usado a expressão sangreal no sentido de "sangue real". Neste romance sobre o Graal figura em abundância a expressão sangreal, mas também surge por vezes a expressão saynt greal. Deste modo, fica claro que Malory concatena por vezes as palavras saynt e greal para construir a expressão sangreal, sempre com o significado de "Santo Graal". A decomposição de sangreal em duas palavras distintas, sang e real, é uma invenção recente dos autores Lincoln, Baigent e Leigh, para tentar obter crédito para as suas teorias acerca de uma descendência de Jesus Cristo.
      Nas temáticas do Priorado, majoritariamente compostas por Plantard e pelo seu amigo Phillipe de Chérisey (1925-1985) durante os anos 1960 e 1970, encontram-se também envolvidos outros temas e personagens históricos como a simbologia alquímica, o caso Gisors[8] o padre Bérenger Saunière e a lenda do tesouro de Rennes-le-Château, os pintores Nicolas Poussin (1594-1665) e David Teniers (filho) (1610-1690), o cruzado Godofredo de Bulhão (1058-1100), o Papa João XXIII (1881-1963) e outros. Essencial na divulgação destas temáticas junto do grande público foi o jornalista Gérard de Sède (1921-2004), sobretudo através das suas obras Les templiers sont parmi nous (1962) e L'or de Rennes[9] (1967).
      No que diz respeito ao padre Bérenger Saunière e à lenda do tesouro de Rennes-le-Château, Plantard e Chérisey inspiraram-se na versão romanceada da vida do padre que fora criada por Noël Corbu a partir de 1953, ano em que este inaugurou o Hôtel de la Tour em Rennes-le-Château, no edifício que Saunière chamara de Villa Béthanie[10] .
      Chérisey iria compor, nos anos sessenta, dois famosos "pergaminhos" codificados. Estes pergaminhos serviriam, juntamente com uma resenha de documentos forjados (que inclui os famosos Dossiês Secretos) depositada na Biblioteca Nacional de Paris entre 1964 e 1977, para tentar legitimar Plantard como descendente merovíngio e herdeiro do trono de França. Juntamente com Plantard, Chérisey inspirara-se na lenda criada por Noël Corbu de que Saunière descobrira um tesouro com a ajuda de pergaminhos codificados que teriam sido encontrados na igreja de Santa Maria Madalena em Rennes-le-Château, no final do século XIX.

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