(Meu relato by: William Amorim) A tragédia escolar



Era uma manhã tranquila. Estava na escola, como sempre, e não conversava muito com meus colegas. Comentei com um deles sobre uma pessoa que vi sentada perto da grama do pequeno jardim.

Depois de alguns minutos, resolvi sair da escola porque havia uma atividade de recreio do outro lado da rua com alguns dos meus colegas. Lá havia um gramado imenso e um campo de futebol do outro lado de um muro.

Vi meus colegas brincando e conversando com a professora do lado de fora do campo. Como gosto muito de esporte, dirigi-me ao campo de futebol e joguei sozinho, já que não jogo bem — apenas brinquei com a bola. Resolvi correr ao redor da quadra e, toda vez que passava perto do muro que dividia a frente do campo, observava meus colegas se divertindo. De repente, ouvi um estouro do outro lado e corri para olhar.

Meus colegas estavam mortos; outros, agonizando. Vi minha professora sem reação, encarando a cena friamente. Ela ensina filosofia e sociologia e sempre foi muito comunicativa.

Eu ainda estava do outro lado do muro, com apenas a cabeça para fora, e olhava a cena sem acreditar. Parecia coisa de filme. A primeira coisa que pensei foi: “um atentado terrorista”.

Minha professora me viu e rapidamente veio em minha direção, dessa vez com uma arma em punho e correntes. Ela começou a gritar: “William, injetei insulina em você antes de você sair da escola. Quando chegar o pico da insulina, você irá morrer de hipoglicemia ou sufocado, já que coloquei correntes nas janelas e portas.”

A professora, ainda parada, olhou para os lados e me viu. Veio em minha direção, e eu comecei a correr ao redor do muro, pois havia uma abertura ao lado. Ela me seguiu, e eu continuei correndo até resolver ir para minha casa. Consegui fugir, mas, aparentemente, ela me seguiu. Entrei e me tranquei; estava sozinho. Minha mãe estava ajudando minha avó, minha irmã estudando e meu pai trabalhando.

Respirei fundo e olhei nos cômodos. Encontrei uma janela de vidro e a quebrei, comecei a gritar por socorro. Minha mãe chegou desnorteada, sem saber o que fazer. Ela conseguiu com os vizinhos um objeto para arrebentar o cadeado. Já dentro de casa, tentei explicar a história para ela. Logo chegou a notícia de que minha professora havia sido encontrada morta perto do campo, com um tiro na cabeça — da própria arma que empunhava. Um suicídio.

Desesperado, pulei o muro do meu quarto, já que o telhado da casa estava um pouco mais baixo que o normal, e consegui ir até a cozinha para comer coisas com açúcar e evitar o pico de insulina. Esperei um tempo, pois estava sem sinal no celular para fazer ligações. A professora já tinha ido embora, e consegui subir na parede novamente para levantar uma parte do telhado e retirar algumas telhas.

Encontrei-me no dia seguinte com outros colegas que não estavam no local da tragédia. Minha sala estava extremamente vazia: de 31 alunos, apenas 9 sobreviveram.

Tentei entender o que havia acontecido e cheguei a uma conclusão — ou melhor, uma teoria.

Sempre tive uma opinião política diferente da da minha professora, e eu postava coisas contrárias ao atual governo. A líder desse governo me fez chegar a essa conclusão, pois já fez algo parecido em um quartel, com um carro-bomba, no período do regime militar. O pessoal da minha época estava com uma paranoia de que estavam tramando um “golpe” contra esse governo, e minha professora não era muito diferente deles.

Essa foi a história que sonhei, ou uma premonição, não sei…
Tudo isso foi relatado em 28/05/2016, às 08h52.


Obrigado por ler, tudo isso será postado no meu blog: prioradodesiaobrasil.blogspot.com

Última att: 24/10/2025

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